Xico Fredson!
segunda-feira, 2 de março de 2009
Ouvir Estrelas!
Xico Fredson!
Saudades!
Saudade é a distância que aumenta,
É a hora que não passa,
É o silêncio que chega com a noite
É vontade de não acordar
É uma confusão de cheiros, sabores e sons
É a ausência do cotidiano
É a vontade de correr pro meio da rua e gritar
É sentir falta de colo;
É se apegar às fotos antigas como quem se apega ao galho de uma árvore
Quando a correnteza parece te arrastar pra longe de ti
É perceber que tudo isso é inútil, porque saudade é morte.
É um nó na garganta que não desata nem com uma dose da mais pura cachaça
Saudade é como o fígado do Prometeu Acorrentado, a gente pensa que a consome durante do dia, mas ela se reconstrói à noite, e vem bem mais forte.
Saudade é uma coisa ruim, que não mata, mas ensina a viver e enxergar o mundo
com novos olhos, no começo, estranhos novos olhos.
A saudade abre oportunidade para que outros cotidianos se façam, para que uma nova vida se faça e para que novos colos macios apareçam.
Saudade é coisa estranha. É coisa pessoal, é coisa que só acaba quando queremos, talvez por isso seja tão estranha, porque muitas vezes não queremos que ela acabe.
Ter saudade é ter certezas.
Xico Fredson!
Hino ao JBC
Quando estou na arquibancada, sou torcedor, sou fiel, faço o meu time Vibrar;
Garra;
Força;
Vontdade de vencer...
Sou guerreiro, sou JBC!
Não me sinto só, pois onde quer que vá, levo comigo a massa, levo comigo a fé!
Dentro de quadra sou arquibancada;
Na arquibancada, sou quadra.
Sua força é minha força! Seu grito é minha vontade!
Vamos correr pra vencer, pois somos todos JBC!
Xico Fredson!
Declaração de amor a uma parte de mim!
Texto Pagão
O que há de novo? Um segredo que estou trazendo aqui dentro. Uma palavra nova que aprendi e que ainda não gastei em nenhum texto...Fora isso, sou o mesmo, com as mesmas manias. Continuo gostando de beber vinho e comer chocolate, continuo ansioso e ouvindo o som da turbina dos aviões que vão e que vêm. Continuo amando a Lua, só que agora observo o céu como um todo e o percebo como uma grande rede de pescar sonhos, cheia de espaços luminosos por onde os sonhos passam; continuo alegre-poeta que busca a palavra perfeita e o equilíbrio entre o homem e o menino que sou. Estou ouvindo músicas antigas, e algumas coisas novas, essas confesso que com alguma-muita resistência, acho que preconceito mesmo; ainda uso o mesmo perfume, continuo lendo Drummond e escrevendo coisas que alguns chamam de poesia, mas prefiro chamar de coisas (in)servíveis. Continuo andando nos mesmos lugares de antes, só que com outras companhias. Continuo a dormir tarde. Ainda silencio todo fim-de-tarde ante o Pôr-do-sol; ainda gosto de andar na madrugada; ouvir o delicado som do trovão; sentir os pingos da chuva no rosto, ouvir o som dos meu passos quando a rua está deserta e o mundo todo dorme em paz ou não; só não eu durmo, só não a Lua, só não a moça no computador com seu rádio ligado para não se sentir só. Ainda me chamam Fredson. Hoje eu não sei se sou mais Cristão ou mais Pagão, acho que me tornei mesmo foi um grande devedor, e meus credores hoje atendem por outro nome que não Deus ou Zeus...Pra ser sincero, passei a crer mais nos Signos que nas religiões, nas cartas e no que está escrito nas linhas tortas das minhas mãos... Mas o certo é que ainda me chamam Fredson, e me sinto atraído por uma nova paixão nova, por uma nova vida nova, por uma surpresa e pelo mesmo amor às palavras, mesmo quando elas me perturbam nos horários mais inadequados como no meio da noite, como agora...
Xico Fredson!
Fragmentos de uma noite de Insônia
I
Tenho momentos de insensatez e muitos momentos de loucura, momentos de aconchego e momentos de solidão... Tenho momentos em mim e momentos no outro! Mas sempre momentos, fragmentos de mim no tempo e num espaço desconhecido e indefinido...
II
A Serra por onde o sol se escorre todo final de tarde... A Serra de onde a noite vem trazendo o seu silêncio necessário para que o mundo possa adormecer em paz...
Inominado...
Xico Fredson!
Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças
O nome desse lugar é aquela tarde; é aquele beijo; é aquela praça...O nome do lugar que o tempo jamais vai tocar não pode ser pronunciado de uma só forma. O lugar deve ser fragmentado, quebrado em cem pedaços para que assim se possa ludibriar o Tempo Rei, de forma que ele não saíba qual dos lugares foi aquele em que nos tormanos uno, e mesmo que ele percorra os cem lugares, sempre vai haver um segredado guardado entre as palavras e entre os olhos.
Xico Fredson!
Coisas Desconexas!
E dentro daquela caixa azul havia uma solidão que era dividida por dois, dividida pelos dois.
Os seus corpos se retorciam devorados por dois cães, um deles chamava-se saudade, o outro chamava-se ansiedade, animais famintos que quanto mais comiam, mais queriam...
Minhas retinas apreendem imagens, minhas pálpebras são como plantas carnívoras sempre devorando as imagens retidas.
Ontem vi uma menina com fitas azuis nos cabelos, flores nas mãos, duvidas nos olhos...
Mas o que me atraia não era a imagem que se formava dela, o que eu devorava era o som dos seus lábios, uma frase que de tão surrada perdeu muito do seu sentido original. Mas ao ouvi-la, parecia até uma frase dita em uma língua morta: Eu te amo, ela dizia. Alguns gritaram: blasfemia!!! Outros eram mais radicais: Jogar pedra é pouco, ateiem fogo nela!!!!
Xico Fredson!
Homem das Horas!
Nasci pra ser ninho de pássaro que vai, que vê o mundo lá de cima, que solta dejetos sobre as árvores e sai sorrindo, escondendo-se por trás das nuvens de algodão e chuva.
Nasci pra ter raízes, pra suportar tempestades, pra dar abrigo, pra dar frutos e até morada. Nasci pra estar sempre ali, mas na realidade, graças ao pássaro que não sou, posso estar em todos os lugares por onde ele voar.
Xico Fredson!
Misturas
Não confunda a delicadeza do cristal com fraqueza, nem tampouco pense que pelo fato de eu aparentar ser fraca, não tenha forças para superar adversidades. Eu sou o que você menos supõe, o que mais duvida, o que nao vê. Estou exatamente no ponto onde não pode me enxergar, num ponto obscuro da sua mente estreita que não enxerga o óbvio, mesmo que ele venha com meu nome envolvido em neon. Tudo isso porque o meu verdadeiro ser é invisível aos seus olhos materiais e às coisas colocadas como padrão. Da caverna em que você habita, eu fugui há anos, pois no meio de tudo isso, de toda essa confusão eu procuro a luz, e não me importa que ela pareça ridícula ou que não ilumine os seus ideais. No meio de toda essa perfeição vestida com roupas tecidas com fios invisíveis, os mesmos fios que teceram a roupa do Rei, eu sou uma falha, a impureza que agride os olhos de quem segue sempre em linha reta. Um defeito para além do que aparenta ser normal. É na minha liberdade de dizer "não" que reside a minha força. É em locais esquecidos pelo homem que me refugio. É onde não há sinais de celular, onde não há internete, onde não posso ser encontrada... Sou como um encanto, como o resultado de duas mãos juntas materializando uma prece. Só apareço quando e pra quem quero. Eu sou o que quero e não o que querem, meu nome é Liberdade...
Partir
Seguir viagem. Deixar pra trás cartão de crédito, identidade, CPF, contas... Seguir viagem, apenas com a roupa do corpo, porque sem ela não se segue, sem ela não se passa da esquina, nem da fronteira que separa a verdade da civilidade. Seguir viagem pela estrada, guiado pelas linhas no asfalto e tantando atingir sempre o horizonte que a cada dia se distancia mais, seduzindo mais o olhar de quem quer seguir... Seguir viagem em direção ao desconhecido, ao incerto, ao assustador, a si mesmo.
Xico Fredson!
Amante das Palavras
Procuro a beleza escondida por trás de um sorriso, procuro a beleza nas palavras, nas palavras comuns, das pessoas comuns... Procuro a beleza nas palavras!
Procuro o jeito de certo de dizer a mesma coisa, mas com outra beleza, com outra sonoridade, um modo de suprir a ausência, de encerrar o hiato... Procuro a palavra certa que esse foi escondido para além de onde o arco-íris faz a curva.
Xico Fredson!
Canto pras estrelas dormirem
Tão linda quanto a lua nascente, das seis da tarde;
Tão linda quanto o sorriso de uma criança;
Tão enigmática quanto o sorriso de Monalisa;
Tão saborosa quanto um jambo;
Tem a pele tão macia quanto a seda;
Tem a cor do dia;
Tem o cheiro do mar;
Os olhos do sol poente;
O som da sua voz pra mim é como um poema
O seu caminhar parece me arrebata pra longe de mim;
A sua presença me perturba e me deixa fora de mim, como a ausência de sinal nos celulares da OI;
Seu corpo é gostoso, seu rosto é bonito...
Você é mais especial que um presente de natal,
Tão esperada quanto um presente de aniversário;
É mais inteligente que uma enciclopédia;
Conversar com você é uma alegria pra mim, beijar você é uma loucura que me leva pra longe, onde ninguém pode atrapalhar o que há de perfeito: onde celulares não tocam, onde não existam lembranças, onde o relógio não conte, onde não haja olhos, apenas os meus e os seus fechados por muito tempo;
Você pra mim é tão especial quanto minha primeira medalha, mesmo ela sendo de terceiro lugar, você vem em primeiro plano sempre, da hora que acordo e ligo pra dizer bom dia, até a hora em que durmo e digo, te amo...
Você é muito importante, gosto mais de você do que de café;
Você é isso, um sonho pra mim e quando te vejo eu penso em você, desde o amanhecer até quando eu me deito;
e quando me deito e quando tudo pára, você continua como o sangue que corre em minhas veias...
Xico Fredson!
Convite
Vamos mudar o mundo com flores, drops de menta e idéias... Derrubar sobre a cabeça dos incautos um céu de brigadeiro e estrelas de chocolate... Vamos mudar o mundo com flores e drops de menta! Vamos escrever frases de amor nos muros da cidade, andar de mãos dadas e cantar canções de protesto: abaixo o desamor, acima a alegria e o sorriso!Vamos insultar os inertes, convida-los a acompanhar a banda ao invés de ficar olhando-a passar... Vamos mudar o mundo, Minha Flor, com flores, drops de menta, chocolate e idéias...
Xico Fredson!
Guerreiros também choram
É quando a garganta trava;Os olhos umedecem;A voz tropeça na emoção;O abraço, o afago e a atenção já não bastam, já não são suficientes... já não confortam!O adeus se torna inevitável, mas cada vez mais difícil de se dizer, quando havia tantas outras coisa a se falar. É quando percebemos que construir castelos nas areias movediças do futuro não é prudente, e que em alguns momentos a vida deve ser medida não pela prudência, mas pela ação, não pelo medo, mas pela ousadia, não pela descrença, mas pela fé em que aquilo que se quer e que se sonha pode acontecer...
Xico Fredson!
Interrogações
Qual será o som daquele sorriso?
O que guardará aquele silêncio por trás daqueles brancos dentes?
No que pensa quando cala?
O que fala quando olha?
Pra onde olha quando fecha os olhos?
Pra onde?
Por quê?
Com quem?
Xico Fredson!
Apesar de tudo
Não somos nossos livros, nossas ideologias compradas em poemas escritos em paredes de metrôs ou portas de banheiros em aeroportos lunares, ou a filosofia discutida entre um trago e outro de cicuta.
Não somos os poemas-nossos ou o poema-dos-outros que elegemos como nossos; não! Somos mais que isso, apesar de nos querer limitar a isso. Somos mais que o cotidiano tenta nos limitar a ser, somos mais que um dia ruim ou mesmo uma manhã nublada. Estamos para além de nossas depravações mais puras, dos nossos pecados mais castos...
Não somos, como dizem por aí, sacos cheios de sonhos, angústias e desilusões, não apenas suportamos a vida, precisamos lembrar que também a construímos com palavras, angústias, desilusões e acima de tudo: Sonhos... Sonhamos o tempo todo, essa é nossa matéria básica, nossa pedra filosofal, nosso alicerce para a construção da vida que queremos ter, que será diferente da que temos, da que estamos cheios de ter. Por isso sonhamos com o que não conhecemos, alicerçamo-nos assim.
Não somos apenas isso. Somos mais. Frágeis onde se quer força, fortes onde se quer fragilidade. Onde a vida nos exige isso, damos aquilo em troca. Somos controversos, cheios de dilemas, bifurcações que nos fazem sentar à beira da estrada e se perguntar: pra onde?
Nem Fausto, nem Mefistófeles, nem tampouco um medíocre na foto ao lado... Somos uma matéria não determinada, somos um mistério para nós mesmos, sujeitos de ações muitas vezes indeterminadas.
Xico Fredson!
A menina na foto
Pecados no Paraíso
Faço o teu corpo pulsar ao som de uma balada, e ele dança como uma serpente que rasteja sobre a areia quente do deserto, e ele treme como se um terremoto de proporções imensuráveis invadisse-o e fizesse com que os conceitos e preconceitos que lhe serviam de pilastras ruíssem sobre a cama, deixando-lhe desamparada, indefesa, toda minha, toda nua ao som da balada que canto intimamente...Pecados no Paraíso.
Xico Fredson!
O Aceno
Xico Fredson!
Mais que um desejo...
Leve
Xico Fredson!
Mas há de vir!
Xico Fredson!
Várias Variáveis
Um dia, quero ter a mesma serenidade que você tem hoje;
Um dia, quero seguir pelos mesmos caminhos que você segue hoje;
Um dia, quando nos encontrarmos, farei de você meu paradeiro, e será como dois pontos de um mesmo novelo que se encontram...
II
Menina, quero fazer de ti meu paradeiro, meu endereço; em teus olhos desenhar meu corpo, em tua boca escrever meu nome santo, em teus ouvidos sussurrar prosas impuras, versos sagrados, poemas sensuais. Fazer do teu corpo meu pão, com o qual me nutro, e do qual sugo toda a seiva da vida...
III
Havia uma menina encantada com um menino, mas o menino não sabia... Havia um menino encantado com uma menina, mas a menina não sabia... Os dois se olhavam como um espelho que nada refletia, os dois se sonhavam como quem dorme acordado. Havia um anjo observando os dois, mas nada dizia! Não era um anjo desses que aparecem nas novelas das 19h, era um anjo que não intervia na vida das pessoas, por isso: a menina nunca descobriu que o menino gostava dela, mas o menino nunca deixou de amar, e o Anjo continua assistindo a tudo, comendo pipoca e bebendo guaraná.
Xico Fredson